People First

O que a TI tem a ver com pessoas?

com Roberto Arruda

 

Convivo no meu dia a dia com projetos complexos de TI que buscam resolver algum problema de negócio. A complexidade crescente vem desafiando cada vez mais a turma por aqui a buscar soluções cada vez mais inovadoras. No passado, soluções escritas em manuais trariam as respostas, hoje passam distante. Lembro da época que o time técnico seguia os processos para entregar os resultados e atender os requisitos do projeto. Agora times funcionais, que levam o nome muito legal de squad, são formados para trabalharem juntos em uma solução, sem uma liderança formal. Nunca houve uma época que produzir resultados concretos em um tempo tão curto tenha sido exigido como agora.

 

Mas como produzir resultados onde a área de TI seja percebida pelas demais como uma área que excede as expectativas? Alguns dos executivos de TI com os quais convivo vivem esse desafio diariamente. Se veem pressionados por metas desafiadoras, de difícil atingimento, que exigem deles uma busca permanente pela melhor forma de fazer as coisas.

 

Infelizmente, muitas vezes vemos projetos fracassarem apesar de contarem com os melhores profissionais envolvidos, recursos disponíveis e metas claras. Alguns, com sacrifícios pessoais dos executivos de TI.
Parece fácil colocar a culpa na falta de engajamento ou envolvimento de uma área na identificação do problema, ou mesmo na ausência de um processo de planejamento. Assim, o primeiro aprendizado que eu obtive com meus amigos executivos de TI foi que a liderança é fundamental para produzir os resultados e as transformações do modo como geramos a inquietação nos outros na busca dos objetivos.

 

O segundo aprendizado foi que não se trata de intuição, bom senso, coragem, empreendimento, mas que as pessoas são a peça fundamental para alcançar os resultados. E por mais louco que pareça, muito mais que priorizar a tecnologia, eles priorizam as pessoas, uma vez que colaboração é a palavra de ordem e autonomia é a nova regra.
O terceiro aprendizado foi que o ser humano é um ser ansioso e preocupado, que trata com dificuldade o imprevisível. A necessidade de atuar com as pessoas onde a velocidade é um fator crucial exige do executivo de TI a capacidade de estabelecer a direção, inspirar e motivar as pessoas muito além do comando e das ordens. A visão do todo é importante e a comunicação é uma habilidade imprescindível.

 

As empresas estão vivenciando mudanças na força de trabalho. O ritmo dessas mudanças é implacável. Uma vez que equipes formadas por diversas áreas da empresa surgem, que a terceirização está cada vez mais presente, e que parceiros de tecnologia participam dos processos de criação das soluções que irão resolver os problemas de negócio, o papel do executivo de TI no estabelecimento das metas, execução e acompanhamento é cada vez mais notado. Somente através das pessoas eles têm conseguido alcançar seus resultados. Eles se tornaram mais estratégicos. Super bacana ver meu amigos executivos de TI tornarem a inovação e tecnologia partes do negócio através das pessoas.